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Reflexões sobre o Dia Mundial da Terra: que Planeta queremos ter?

Carmen Lima*31/05/2023
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A ameaça global ao Planeta Terra é uma evidência, desde há alguns anos a esta parte, que a ONU – Organização das Nações Unidas estabeleceu um programa específico ambiental. Este programa tem como objetivos principais a monitorização do estado ambiental global, através da sensibilização a Povos e Nações sobre as ameaças aos habitats naturais, apresentando recomendações para melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e serviços ambientais das gerações futuras.

O uso excessivo dos recursos do Planeta tem colocado em risco e comprometido o futuro no que respeita a diversas situações, o que levou muitos cientistas a preverem já uma rotura para os próximos anos. Pela primeira vez na história, uma espécie pode ser responsável por uma extinção em massa.

Este consumo exacerbado levou a que diversas organizações tenham vindo a acautelar sobre o esgotamento dos stocks de recursos naturais devido ao uso excessivo dos mesmos. Nesses recursos naturais incluímos os combustíveis fósseis como o petróleo, o gás natural ou carvão, materiais para a construção, alimentos, a água potável, entre outros. Caso esta situação não se inverta estima-se que o caminho é em direção da extinção em massa, na qual 75% das espécies do Planeta simplesmente deixarão de existir nos próximos anos.
Este fenómeno apenas aconteceu cinco vezes nos últimos 540 milhões de anos. Na última extinção em massa, há 65 milhões de anos atrás, foram extintos os dinossauros, entre outras espécies, devido à queda de um asteroide.
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Enquanto isso, estima-se que a cada minuto seja despejado no mar o equivalente a um camião cheio de lixo de plástico, entre os quais se podem encontrar objetos tão diversos como: garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas, esferovite, entre tantos outros. Na realidade, 80% destes materiais em plástico tem origem em consumos realizados em terra e porque são abandonados nas praias ou porque são abandonados na rua junto dos contentores do lixo voam até os rios e praias. A falta de soluções para o tratamento e encaminhamento deste tipo de detritos, principalmente em países menos desenvolvidos, onde são depositados em lixeiras e aterros, muitas delas junto a zonas ribeirinhas ou no litoral, é uma fonte de grande poluição e preocupação.
A cada ano que passa a acumulação vai sendo cada vez maior, prevê-se que em 2050 haverá mais plástico do que peixe nos oceanos. Preocupante? Este drama é um dos grandes problemas ambientais deste século, e a realidade está bem evidente nos animais marinhos – 90% das aves marinhas têm plástico nos seus estômagos, uma vez que confundem o mesmo com alimento.
O plástico foi uma das grandes invenções na medida em que por um preço acessível acedíamos a um material durável e com qualidades comprovadas, o que o levou a ter sido incorporado em diversas aplicações, como construção civil, indústria, medicina ou acondicionamento de alimentos e compras. É difícil imaginar uma sociedade sem plástico.
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Por outro lado, uma das grandes preocupações do inadequado encaminhamento dos resíduos de plástico são as partículas que surgem com a “degradação” do mesmo, que por efeito de fatores externos – como sol ou a salinidade, que provocam a fragmentação do plástico bem pedaços mais pequenos (microplásticos), ameaçando não só a biodiversidade marinha, mas, e como entram na cadeia alimentar dos animais, introduzem-se igualmente na cadeia alimentar dos humanos, podendo afetar a sua saúde. As micropartículas de plástico podem encontrar-se no sal, algas, peixes e aves.
Os efeitos dos microplásticos, embora menos conhecidos, vão sendo divulgados. Existem revelações sobre a capacidade de serem absorvidos por organismos aquáticos (bivalves e peixes) ou conseguirem alterar a toxicidade de outros poluentes.
Esta caraterística da sua “durabilidade” constituiu, por si mesmo, o grande problema quando o plástico não é reciclado e é “conduzido” para o Ambiente, onde permanece pelas suas propriedades centenas de décadas, seja a floresta, praias, rios ou mares.
Desde a década de 50 terão sido produzidos cerca de 9 mil milhões de toneladas de plástico; apenas 9% dos quais acabaram reciclados. Por outro lado, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente refere que cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos de plástico são lançados para os Oceanos cada ano. Para dar a resposta a este problema, surgiu a Estratégia Europeia para reduzir o material de plástico produzido e utilizado em massa, promovendo hábitos de consumo mais sustentáveis, que privilegiem a redução do seu uso, a sua reutilização e reciclagem.
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Em Portugal começam a surgir exemplos da incorporação de soluções reutilizáveis em eventos um pouco por todo o país, promovidas por autarquias como por outros parceiros, desde a Queima das Fitas aos concertos e festivais de verão.
Em 2014 o Parlamento Europeu apelou à União Europeia (UE) para a definição de medidas para reduzir os resíduos de plástico no Ambiente e, especificamente, no lixo marinho, tendo sido aprovada por larga maioria, uma proposta que aponta para a redução do uso de sacos de plástico leves em 50% até 2017 e em 80% até 2019.

Em outubro de 2018, o Conselho de Ministros aprovou a proibição da utilização de garrafas, sacos e pratos descartáveis na Administração Pública.

A sensibilidade dos Portugueses para estas temáticas também está a aumentar, começa a existir uma maior envolvência, participação e procura por alternativas aos plásticos.
Assim é fundamental adotar novos hábitos e pequenos gestos que num todo contribuirão para grandes mudanças.
Não existe uma fórmula mágica, mas existe uma necessidade urgente de reduzir dos recursos naturais extraídos e utilizados no nosso dia a dia. É fundamental dar preferência às matérias-primas reutilizadas, recicladas e passíveis de reciclar, em detrimento de materiais não renováveis e cujo destino final apenas possa ser a deposição em aterro.
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Se queremos introduzir o conceito de uma Economia Circular é necessário incrementar a reutilização e reciclagem de materiais e dos recursos. Isto pode ser feito através da colocação de materiais que podem ser reutilizados ou através da utilização de materiais que já são reciclados e apropriados para utilização.

As matérias-primas escolhidas e ali colocadas tornar-se-ão, inevitavelmente resíduos. Se este processo for pensado a longo prazo, equilibrando as questões económicas com as caraterísticas dos materiais, equacionando as necessidades energéticas e considerando o seu fim de vida, bem como o destino final quando se transformarem num resíduo, teremos com certeza processos mais eficientes do ponto de vista de sustentabilidade.

Assim, neste novo paradigma da “Economia Circular” o conceito de extrair, utilizar e descartar passa a ser substituído por um novo conceito de recuperação, utilização duradoura, reutilização e reciclagem. Com esta nova forma de ver as coisas e de ver a economia, estamos a interiozar os aspetos ambientais nos processos, criando mais valias para todos os envolvidos.

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