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Cidades do futuro: Mobilidade inteligente e conectada

Vanessa Faia – Equipa de Mobilidade, Cidades e Territórios na ADENE – Agência para Energia19/12/2023

A Vehicle-to-Everything (V2X), ou Veículo-para-Tudo em português, permite que os veículos comuniquem com outros veículos, com a infraestrutura (como os edifícios e a rede elétrica), e com as pessoas. A vantagem? Possibilita apoiar na melhoria da segurança rodoviária, na otimização da oferta de transportes ou na otimização da gestão de energia.

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As cidades estão cada vez mais inteligentes! A evolução tecnológica e a digitalização vieram eliminar barreiras e trazer novas oportunidades para a mobilidade, os edifícios e muitas outras áreas, aportando também novas perspetivas para a interligação destas áreas e para a gestão de energia nas cidades.
Uma das tecnologias emergentes é a Vehicle-to-Everything (V2X), ou Veículo-para-Tudo em português. Do ponto de vista da mobilidade, esta permite que os veículos comuniquem com outros veículos, com a infraestrutura (como os edifícios e a rede elétrica), e com as pessoas. No caso da comunicação do veículo com o edifício, designa-se de Vehicle-to-Building (V2B) e na comunicação do veículo com a rede elétrica, Vehicle-to-Grid (V2G).
E em que é que estas tecnologias são ser úteis? Podem, por exemplo, apoiar na melhoria da segurança rodoviária, na otimização da oferta de transportes ou na otimização da gestão de energia.
A comunicação entre os diversos veículos e entre estes e as pessoas, através de sensores colocados nos veículos e nas cidades, contribuem para a melhoria da segurança rodoviária. Estas interligações permitem ao veículo identificar obstáculos e agir em conformidade, evitando acidentes. É este tipo de tecnologia e todas estas interações entre o veículo e a cidade que permitem a evolução para uma mobilidade autónoma. Para habilitar esta nova abordagem, muito contribuem as redes 5G garantindo velocidades e latências na comunicação importantes.
Além da segurança e automação, esta tecnologia pode ainda contribuir para a melhoria dos serviços de transportes públicos. Sensores que sejam colocados nas cidades permitem a previsão das deslocações dos passageiros e a identificação de padrões de mobilidade, que contribuem para o planeamento mais adequado das rotas de transporte público. No futuro, esta interconectividade poderá contribuir para a evolução do transporte público para um “transporte à medida”, ou seja, com rotas dinâmicas.
Por sua vez, a interligação das viaturas com os edifícios e com a rede elétrica são particularmente relevantes para as viaturas elétricas. As tecnologias V2B e V2G permitem que um veículo forneça energia aos edifícios ou à rede elétrica, respetivamente, com recurso a carregadores bidirecionais. No fundo, estes operam como baterias para armazenamento de energia e contribuem também para uma melhor gestão da rede pública.
A tecnologia V2G permite que as viaturas forneçam energia à rede em horas de pico, que tipicamente ocorrem em horários em que as pessoas estão nos edifícios e as viaturas estão estacionadas, contribuindo assim para a resiliência da rede. Ao vender energia à rede, à semelhança do que acontece com os painéis solares quando produzem excedente de energia, o carregamento bidirecional permite ainda alguns ganhos financeiros. Caso a energia fornecida a rede seja renovável, ou seja, o carregamento da viatura tenha sido realizado com energia renovável, o carregamento bidirecional contribui ainda para a descarbonização do setor eletroprodutor. Esta solução foi já testada com os projetos piloto V2G Azores, Porto Santo Smart Fossil Free Island e Insulae Madeira.
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No caso do V2B, a energia é utilizada no edifício como alternativa à energia da rede elétrica. Por exemplo, uma viatura pode fornecer energia ao edifício nos horários em que a eletricidade é mais cara, resultando assim na redução de custos na fatura da eletricidade. Este aspeto é especialmente importante em países onde fenómenos atmosféricos podem levar a falhas na rede elétrica.
Para os edifícios que têm uma Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC), que produz eletricidade através de energia renovável para consumo no próprio edifício, ou que pertencem a uma Comunidade de Energia Renovável (CER), o carregamento dos veículos deve ser feito durante as horas de maior produção de energia renovável. Isto permite armazenar energia renovável para fornecimento ao edifício em horários em que não exista produção de energias renováveis, maximizando assim o consumo de renováveis.
Por exemplo, uma pessoa que utiliza o veículo apenas para deslocações casa-trabalho e vice-versa, e cujo emprego seja num edifício pertencente a uma CER, pode carregar a sua viatura durante o dia com energia renovável e, durante o período noturno, pode utilizar essa energia para abastecimento da sua casa, garantindo que tem autonomia suficiente para as deslocações do dia seguinte.
Considerando os consumos de energia elétrica dos agregados familiares em Portugal, um indivíduo que utilize 20% da energia do seu veículo elétrico para fornecer ao edifício duas vezes por semana, consegue suprir até 28% das suas necessidades de consumo anual. Isto pode resultar em poupanças até 220€ na fatura anual da eletricidade.
Apesar das barreiras sociais, económicas e tecnológicas que ainda existem, as oportunidades para novos modelos de negócio, novos modos de mobilidade e novas formas de gerir a energia são vastas. Se tirarmos partido dos benefícios que a tecnologia nos traz, o futuro será certamente mais sustentável, com cidades, veículos e edifícios mais inteligentes e interconectados.

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