“Estamos num momento decisivo para as nossas cidades e para o nosso país”, afirmou a Secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, aquando da conferência ENERGYLIFE – Comunidades Energéticas: Ponto de Situação, que decorreu, ontem, no Portugal Smart Cities Summit. A governante acrescentou ainda que “a transição energética, a inovação tecnológica e o compromisso com a sustentabilidade são o imperativo do nosso futuro coletivo”, assim como que “o caminho para a construção de Smart Cities é também o caminho para garantir o desenvolvimento urbano sustentável, eficiente e conectado, onde a energia desempenha um papel fundamental”.
Em causa o facto de, lembrou Maria João Pereira, e tendo por base estudos recentes Agência Internacional de Energia, “as cidades consomem mais de dois terços da energia anual mundial, sendo responsáveis por mais de 70% das emissões de dióxido de carbono”. Cenário que pode e deve ser alterado. “. A eletrificação dos consumos é um passo fundamental para que o setor energético crie capacidade para uma mudança profunda e necessária”, afirmou a Secretária de Estado, que apontou Portugal “está entre os líderes mundiais na incorporação de energias renováveis”.
A prova está em que “nos primeiros sete meses deste ano, mais de 80% da nossa eletricidade foi produzida através de fontes limpas”. Mas “queremos ir mais além”. Pelo que a “revisão concluída do PNEC, traz-se uma meta de 51% para a cota de energias renováveis, no consumo final bruto de energia até 2030, acima da meta anterior de 47%, o que reflete a aposta estratégica nas renováveis e nas suas potencialidades de atração investida”.
Para Maria João Pereira eventos como a conferência em causa e o Portugal Smart Cities “podem ajudar a transformar os nossos espaços urbanos, promovendo a partilha de ideias para o desenvolvimento de soluções inovadoras”. A governante lembrou que o autoconsumo é um dos valores centrais da Estratégia de Transição Energética de Portugal, com uma previsão de uma contribuição muito significativa nas comunidades de energia renovável para os objetivos do PNEC. A prova é que “estão previstas várias medidas de incentivo ao autoconsumo de energia renovável, principalmente solar fotovoltaico, tanto em edifícios residenciais como em edifícios destinados ao comércio e serviços”. O objetivo, segundo a Secretária de Estado da Energia, é o de “dar um forte impulso à produção distribuída de energia, em particular no que respeita à produção local de eletricidade com recurso à energia solar, fundamental no reforço do consumidor enquanto agente ativo”. O que só é possível se se criar melhores condições para tornar os procedimentos mais eficientes.
Mais do que isso. Maria João Pereira considera que é necessário olhar para novas formas de mobilidade elétrica, a par da eficiência energética e ainda considerar o impacto da tecnologia, por forma a “otimizar a dinâmica da nossa vida coletiva dentro e fora das cidades”.
“Trata-se de repensar o nosso conceito de utilidade e de como podemos integrar inovação e tecnologia aos serviços das pessoas”, constata a Secretária de Estado da Energia que acrescenta que a digitalização desempenha um papel crucial no desenvolvimento das cidades inteligentes e na transição energética. Sem esquecer que a “digitalização facilita a gestão das redes elétricas, permitindo a distribuição eficiente de energia e a maior integração de projetos de energia solar para o autoconsumo”. Criando ainda “melhores condições para a condução da mobilidade elétrica e o armazenamento de energia”. Porque “cidades inteligentes não são apenas cidades mais tecnológicas. São cidades mais inclusivas, sustentáveis e preparadas para enfrentar os desafios do futuro”.
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