Proteger as vinhas ao mesmo tempo que se produz energia limpa renovável. Os cerca de 300 painéis fotovoltaicos foram instalados em junho e irão produzir 240 MWh/ano, quantidade suficiente para reduzir em 25% o consumo energético do campus do Instituto Superior de Agronomia.
O projeto teve início há três anos, fruto de uma conversa com o professor Carlos Lopes, do ISA, mas só esta semana, mais precisamente a 21 de outubro, a Galp e o Instituto Superior de Agronomia apresentaram ao mundo o seu primeiro projeto agrovoltaico. Numa parcela com cerca de 1.700 metros quadrados foram instalados cerca de 300 painéis fotovoltaicos (mais precisamente 288), colocados a cerca de quatro a cinco metros de altura. Altura que permitirá a realização quer de vindimas manuais como mecânicas.
O objetivo do projeto é provar que a agricultura e a produção de energia limpa renovável podem coexistir. Como apontou Carla Tavares, responsável pelo Centro de Renováveis e Inovação Comercial, os painéis irão proteger as videiras do calor excessivo, da chuva intensa, do granizo, e prevenir o escaldão da folha. Adicionalmente irão reduzir a evaporação da humidade do solo, o que permitirá reduzir o consumo de água. Dito por outras palavras, este é um projeto piloto que pretende testar a viabilidade da tecnologia agrivoltaica em Viticultura para produção de vinho.
Embora inicialmente a ideia do projeto tenha sido a de proteger as vinhas e analisar os resultados obtidos, Carlos Lopes revelou que, com a sua implementação verificou que este é muito mais amplo do que inicialmente pensara. O professor considera que há uma multiplicidade de disciplinas e matérias que poderão interagir com o mesmo. E acrescenta que considera a instalação os painéis como uma medida polivalente de adaptação às alterações climáticas. No entanto alerta para o facto de existirem outros fatores que terão de ser estudados. O professor deu o exemplo da luz, essencial aquando da floração da videira. Não se sabe se a instalação de painéis fotovoltaicos vai ter algum tipo de consequência nesse processo. “Só daqui a dois a três anos teremos dados mais robustos”, constata Carlos Lopes.
Na parte tecnológica propriamente dita, a Galp contou com a parceria da RemTec, empresa de origem franco-italiana. A explicação, segundo Filipa Martins, é simples. Ainda não há empresas portuguesas a desenvolver soluções para projetos agrivoltaicos.
Para garantir a exatidão dos dados recolhidos, haverá uma parcela de controlo, de igual dimensão à do projeto piloto, tendo, no entanto, exposição direta à radiação solar e outras condições meteorológicas.
O que traz o projeto piloto:
Os números do projeto
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