Estima-se que os edifícios sejam responsáveis por cerca de 40% do consumo de energia e 36% das emissões de Gases de Efeito de Estufa na Europa, o que torna clara a urgência de medidas de melhoria da eficiência dos mesmos. Abordar a eficiência energética de edifícios não se limita apenas à escolha de materiais ou tecnologias. Exige uma abordagem holística que englobe a conceção arquitetónica, a adoção de sistemas inteligentes de gestão energética, a promoção do uso de fontes renováveis e, para que tudo isto seja possível, a sensibilização dos utilizadores.
Neste contexto, abordar a eficiência energética de edifícios não se limita apenas à escolha de materiais ou tecnologias. Exige uma abordagem holística que englobe a conceção arquitetónica, a adoção de sistemas inteligentes de gestão energética, a promoção do uso de fontes renováveis e, para que tudo isto seja possível, a sensibilização dos utilizadores.
Um dos maiores desafios na implementação de medidas de eficiência energética em edifícios é o estado do parque edificado. Em Portugal, como em muitos países europeus, grande parte dos edifícios foi construída antes da existência de regulamentação específica para a eficiência energética. Estes edifícios, muitas vezes com fracas condições de isolamento térmico e ineficientes sistemas de climatização, são responsáveis por um consumo elevado de energia, que poderia ser significativamente reduzido com intervenções adequadas.
Além disso, existe a questão da “vulnerabilidade energética”, uma realidade que afeta uma parte significativa da população e, de acordo com a Estratégia de Longo Prazo de Combate à Pobreza Energética (ELPPE), estima-se que em Portugal entre 1,8 a três milhões de pessoas estejam em situação de pobreza energética. A falta de acesso a habitações energeticamente eficientes aumenta os custos com energia e compromete o conforto e a saúde dos ocupantes. A resolução deste problema passa por incentivar a reabilitação energética dos edifícios e garantir que as famílias mais vulneráveis tenham acesso a soluções eficientes.
No Portal casA+, o utilizador pode registar o seu imóvel e obter uma visão completa sobre o seu desempenho energético atual, identificar as oportunidades de intervenção mais adequadas e aceder a uma lista de empresas qualificadas que podem realizar essas intervenções. Esta funcionalidade é particularmente valiosa para quem não tem conhecimentos técnicos sobre as soluções disponíveis, permitindo uma tomada de decisão mais informada e acessível.
As empresas também beneficiam significativamente desta plataforma. O Portal casA+ permite que empresas de construção, renovação e instalação de sistemas energéticos apresentem as suas soluções diretamente aos consumidores. Desta forma, conseguem aumentar a sua visibilidade e captar novos clientes que procuram melhorar o desempenho energético dos seus imóveis. Além disso, as empresas têm acesso a dados valiosos sobre o mercado e as necessidades específicas dos consumidores, o que lhes permite adaptar as suas ofertas e inovar de acordo com a procura.
Outro grande requisito diferenciador do Portal casA+ é o apoio contínuo que oferece ao consumidor. Além de ser uma plataforma de consulta e contratação de serviços, também disponibiliza informação útil e direta sobre as melhores práticas de eficiência energética, as opções de financiamento disponíveis e incentivos públicos. O objetivo é garantir que os consumidores façam escolhas informadas e possam maximizar os benefícios das suas intervenções.
O Sistema Nacional de Certificação Energética (SCE), do qual a ADENE é a entidade gestora, é uma ferramenta essencial para promover edifícios mais eficientes e confortáveis. Através da etiquetagem energética, similar à existente em eletrodomésticos, é possível comparar a eficiência de diferentes edifícios e identificar oportunidades de melhoria. O CLASSE+, outra iniciativa da ADENE, tem precisamente esse objetivo: ajudar os consumidores e os técnicos a entenderem quais as soluções mais adequadas para melhorar o desempenho energético das janelas, um dos principais pontos críticos de perdas térmicas em edifícios. Mas, além das janelas, o CLASSE+ pretende abranger outros produtos como as Películas de Controlo Solar (PCS) e, neste domínio, decorre um projeto piloto de teste de etiquetagem e análise de instalação de películas em edifícios. Uma outra área de trabalho é a dos Sistemas de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS).
Nos últimos anos assistimos a uma crescente inovação no setor da construção e reabilitação de edifícios, com o desenvolvimento de materiais e sistemas que permitem um maior controlo sobre o consumo energético. Entre estas soluções estão:
• Isolamento térmico: o reforço do isolamento térmico em paredes, coberturas e pavimentos é uma das intervenções mais eficazes para reduzir as necessidades de aquecimento e arrefecimento. A escolha de materiais adequados e de técnicas de instalação rigorosas é determinante para garantir que os edifícios tenham um comportamento energético ótimo ao longo do ano.
• Janelas eficientes: as janelas desempenham um papel crucial na eficiência energética dos edifícios. A utilização de janelas eficientes, com vidro duplo ou triplo e perfis adequadamente isolados, contribui para uma significativa redução das perdas térmicas. No CLASSE+ promovemos a substituição de janelas antigas por modelos de alta eficiência, e temos testemunhado melhorias substanciais ao nível dos edifícios na qualidade térmica e no conforto dos edifícios em paralelo com uma aceleração na evolução tecnológica do setor das janelas.
• Sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC) de alta eficiência: a substituição de sistemas de climatização ineficientes por soluções mais eficientes, como bombas de calor ou sistemas de ventilação mecânica com recuperação de calor, é outra forma de melhorar drasticamente o desempenho energético de um edifício.
• Fontes de energia renovável: a integração de sistemas de energia solar fotovoltaica, solar térmica ou bombas de calor é uma tendência crescente, que permite aos edifícios não só reduzir o consumo de energia da rede, como também gerar a sua própria energia, promovendo a autossuficiência.
Com o avanço tecnológico e as metas de descarbonização a médio e longo prazo, os edifícios estão a caminhar rapidamente para se tornarem ZEB (Zero Emissions Buildings), um conceito presente na versão revista da Diretiva do Desempenho Energético de Edifícios, referente a edifícios, sem emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis no local e que tenham um desempenho energético muito elevado. Esta transformação será possível graças a várias inovações tecnológicas, tais como:
• Edifícios inteligentes: com a utilização de sistemas de automação e inteligência artificial, os edifícios poderão monitorizar e otimizar o seu consumo de energia em tempo real, ajustando as necessidades energéticas com base em dados climáticos, padrões de ocupação e tarifas energéticas.
• Armazenamento de energia: o armazenamento de energia, através de baterias de última geração, permitirá que os edifícios armazenem energia renovável produzida durante o dia para ser utilizada à noite, garantindo uma autossuficiência energética.
• Materiais inovadores: o desenvolvimento de materiais que captam e armazenam energia, como os vidros fotovoltaicos, transformará os edifícios em verdadeiras “centrais energéticas”. Estes materiais, já em fase de desenvolvimento, poderão ser aplicados em fachadas e janelas, contribuindo para uma maior eficiência.
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