A marcação CE é obrigatória para a comercialização de produtos de iluminação na União Europeia evidenciando que os mesmo cumprem os requisitos essenciais em matéria de segurança, de eficiência energética e de compatibilidade eletromagnética, entre outros. Para os fabricantes, este processo pode parecer um desafio adicional, pois exige ensaios rigorosos, elaboração de dossiers técnicos com documentação volumosa e um acompanhamento constante das alterações normativas.
Por outro lado, o cumprimento das normas harmonizadas permite que as empresas garantam qualidade e fiabilidade, fatores críticos para o posicionamento competitivo e para o acesso a mercados internacionais. Além disso, num cenário em que a sustentabilidade e a eficiência energética são cada vez mais valorizadas pelos consumidores e exigidas pelos reguladores, a normalização é também um trampolim para inovação.
Muitos fabricantes desconhecem que podem participar ativamente na elaboração das normas que irão moldar o futuro do setor da iluminação. Através da participação nas comissões técnicas de normalização, as empresas têm a possibilidade de:
Influenciar o conteúdo das normas - Participar na elaboração das normas permite que os fabricantes defendam os seus interesses e assegurem que os requisitos técnicos refletem as realidades do setor.
Antecipar-se às mudanças - Quem acompanha o desenvolvimento normativo tem mais tempo para se adaptar e pode planear com antecedência as modificações nos seus produtos e processos.
Reduzir custos de conformidade - A adaptação gradual às normas permite que os fabricantes distribuam os custos de implementação ao longo do tempo, em vez de lidarem com mudanças repentinas que exigem investimentos avultados.
Vantagem competitiva - Acesso privilegiado ao conhecimento técnico mais avançado em cada momento, propiciado pelo contacto com as empresas internacionais mais avançadas tecnologicamente.
Num setor cada vez mais pressionado pela concorrência global e por uma regulamentação crescentemente exigente, a normalização não deve ser vista apenas como um meio para cumprir um requisito legal, mas sim como um fator diferenciador. As empresas que participam ativamente no movimento normativo tendem a ganhar vantagens competitivas, pois transmitem ao mercado maior confiança e reduzem os riscos de não conformidades nos seus produtos, que podem resultar em recolhas de produtos não-conformes ou mesmo em sanções por parte das autoridades.
Além disso, o alinhamento com as normas europeias facilita a exportação para outros mercados, uma vez que a conformidade com os regulamentos da UE é frequentemente usada como referência noutras regiões do mundo.
A normalização pode ser vista como um entrave à inovação ou como um motor de crescimento – depende da forma como as empresas abordam este tema. Para os fabricantes de iluminação, integrar-se no processo de normalização não só garante conformidade com a legislação vigente, mas oferece uma oportunidade única de moldar o futuro do setor.
A questão que se coloca é: as empresas de iluminação em Portugal querem apenas adaptar-se às regras ou assumir um papel ativo na definição das normas que irão reger o mercado nos próximos anos?
Bibliografia:
• Comissão Europeia "Normas harmonizadas na Europa.“Disponível em: europa.eu
• Instituto Português da Qualidade (IPQ). ”Comissões Técnicas de Normalização.“ Disponível em: ipq.pt
• Enterprise Europe Network. ”Marcação CE – obtenção do certificado, requisitos da UE.“ Disponível em: een-portugal.pt
• O Instalador ”A iluminação e a internacionalização das empresas portuguesas do setor”, revista O Instalador, março 2018.
• O Instalador “Marcação CE de Aparelhos de Iluminação”, revista O Instalador, janeiro 2017.
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