OA distingue nove personalidades com título de Membro Honorário

A Ordem dos Arquitectos distinguiu nove novos Membros Honorários, entre personalidades e instituições que se destacaram pela defesa, promoção e valorização da arquitetura em Portugal.

A Ordem dos Arquitectos (OA) distinguiu nove novos Membros Honorários, reconhecendo o contributo excecional de oito personalidades e uma instituição para a valorização e promoção da arquitetura em Portugal. A cerimónia teve lugar a 29 de outubro, no Auditório Nuno Teotónio Pereira, na sede nacional da OA, em Lisboa, e marcou o encerramento das celebrações do Mês da Arquitetura, que integra o Dia Mundial da Arquitetura, assinalado na primeira segunda-feira de outubro.

Os títulos, atribuídos por proposta do Conselho Diretivo Nacional e dos sete Conselhos Diretivos Regionais, distinguem percursos que se destacam pela sua relevância cultural, científica e profissional.

“Para a Ordem dos Arquitectos é importante reconhecer aqueles que, dentro e fora da profissão, dedicam a sua carreira à valorização do nosso património e da cultura arquitetónica”, sublinhou Avelino Oliveira, presidente da OA, durante a cerimónia.

“A atribuição do título de Membro Honorário é o nosso maior reconhecimento a personalidades e entidades cuja obra e percurso são essenciais para a dignificação da arquitetura e para a promoção de um futuro mais inclusivo e consciente da importância do espaço que habitamos”, acrescentou.

Distinções atribuídas pelo Conselho Diretivo Nacional

Entre os distinguidos pelo Conselho Diretivo Nacional encontra-se José Manuel Castanheira, arquiteto, cenógrafo e pintor, natural de Castelo Branco, cuja carreira de mais de quatro décadas se distingue pela fusão entre arquitetura, artes plásticas, cenografia e museologia. Doutorado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde leciona desde 1982, Castanheira conta com mais de 300 cenografias realizadas em 15 países, tendo colaborado com instituições de renome como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Centre Georges Pompidou (Paris) e o Museu Extremeño Ibero-Americano de Arte Contemporânea (Espanha).

Atualmente, integra o júri mundial da Quadrienal de Cenografia e Arquitetura de Praga, é membro da Real Academia de Belas Artes de Espanha e da Academia de Artes Cénicas de Espanha, e coordena para a Europa o projeto TELA – Teatros da América Latina (OISTAT-UNESCO). Entre os seus projetos de arquitetura teatral, destacam-se a reabilitação do Teatro Gregório Mascarenhas (Silves), a consultoria para os auditórios da Culturgest/CGD (Lisboa) e a coordenação da reabilitação do Cine Gardunha (Fundão).

A distinção reflete, nas palavras da OA, “uma obra profundamente marcada pelo imaginário da Beira Baixa e pela ligação à sua terra natal, que traduz uma constante fusão entre arte, espaço e identidade cultural”.

Também distinguida pelo Conselho Diretivo Nacional foi Ana Isabel de Melo Ribeiro, historiadora e autora da obra 'Arquitectos Portugueses: 90 anos de vida associativa', pela qual se destacou na valorização e divulgação da história da profissão em Portugal. A OA reconhece o papel essencial da sua investigação na preservação da memória e identidade dos arquitetos portugueses, contribuindo para consolidar o legado e o papel social da arquitetura no país.

Reconhecimento alargado à diversidade do setor

Além das distinções nacionais, a OA atribuiu sete outros títulos honoríficos regionais, incluindo uma distinção póstuma e uma entidade coletiva.

Entre os homenageados contam-se Danilo Matos, Alberto Cruz Reaes Pinto, António Porfírio de Sousa Maia, Eduardo Read Teixeira (a título póstumo), José Manuel dos Santos Gigante, Miguel Rocha e a Fundação Bissaya Barreto.

Com este gesto, a Ordem sublinha o papel de arquitetos, investigadores e instituições que, a partir de diferentes territórios e abordagens, têm contribuído para a valorização do espaço construído, a preservação do património e a promoção da arquitetura como expressão cultural e social.